PHILIPPE MONNEVEUX
pmonneveux@yahoo.fr
Tourcoing, França, 1952
Em francês, publicou Apamea, Edições Le Petit Véhicule (Nantes, 1997) e Haltes dans la lumière, Edições L'Harmattan (Paris, 2000).
Também publica nas revistas Souffles, Multiples, Poésie Première e La Grappe. Recebeu o Prix Théophile de Viau em 2003 e o Prémio de Poesia da Cidade de Montpellier em 2004, ambos outorgados na Associação de Escritores do Mediterrâneo.
Suo poemario Circunstâncias foi publicado em 2015 em versão bilíngue franco-castelhana na revista Otragaceta (México)
Também é o autor de ensaios sobre poesia latino-americana: Bref panorama des poésies péruviennes contemporaines (Poésie Première 63), Poésie en langues andines (Poésie Première 65), Poésie de l'Amazonie péruvienne (Diérèse 70).
Ele viveu no México e Peru. Agora mora em Ilhéus (BA), Brasil.
Veja também o e-book:
https://issuu.com/mexking/docs/philippe-monneveux-circunstancia
TEXTOS EN ESPAÑOL – TEXTOS EM PORTUGUÊS
RENDIJAS
EN LA PARED
(selección)
I.
Fragmentos
Fragmento 2
Sigo el trayecto de las aves de la noche, de las estrellas en su mar de agonía y, tras la madrugada, el recorrido de fuego de los odios y de las confusiones.
Fragmento 3
in memoriam Juan Gelman
Fulgor de la muerte / matan hasta estos pájaros que ven de lejos / mientras los buenos tienen piedad y mala memoria / ayer es hoy y noche de furia / y poco se ve de la luz / pero tú sabes de las llaves para abrir puertas / tu viejo cielo arde en la espesura / murmuro profundo en su garganta de soledad / dignidad de la sombra tu adagio de rebeldía
Fragmento 5
Se cierran los parpados sobre esta noche de paisajes sucios y neblina, de pájaros mudos, de árboles sin hojas, de ojos y brazos derrotados y de sombra desgarrada que no es falta de luz sino más bien materia ansiosa, imagen sin forma, contagioso pavor y envidia, agonía silenciosa, rostro de soledad, herida que se dibuja y su reflejo en el agua removida por el viento.
Que se acaben al fin las creencias en las buenas intenciones y oraciones contra el mal tiempo, las noches de espanto, los esfuerzos sin rumbo, el rumbo sin ritmo, la dispersión de los días, las andanzas de lo perdido.
II.
Destrucción del tempo
4.
la opacidad como color del día
la sombra de la noche como sueño de vida
la mentira que se arranca de la lengua
se despegue de los labios
llena las palabras
el tiempo que se cubre de espinas
tantos verdugos como victimas
viven de prisa
cabezas absortas
ya indiferentes a que la vida
sea regalo
o limosna
III.
El recuerdo
2.
los reflejos quebrados de la memoria
como de luna en el mar
hieren al despertar
y sus sombras nos llevan a inventar
ajenos caminos de arena
errando en la soledad
4.
la mirada interrogante
es el único y trágico desafío
al olvido
pero los espejos se pierden en la distancia
no se puede consultar mas
las fieles imágenes de la realidad
ni los reflejos que dejaron en la oscuridad
IV.
Acerca de la muerte
6.
no encuentras lo que buscas
no eliges lo que llevas
ni llevas lo que amas
VIII.
Metáforas
1.
en el temblor de las ramas retorcidas
la fermentación de las hojas bajo la lluvia
la pudrición de los frutos
el canto de los insectos llenos de su sombra
el llanto mudo de los reptiles
en el mar de belleza indiferente
ocultando en el naufragio sus secretos
en el batido de sus olas sobre la piel de arena
el horizonte de vientos
la soledad de la luna
su claridad ciega
veo
el hombre lleno de su locura
en su antro de soledad
la sal de sus heridas
su torturada humildad
la corrupción de su ira
los falsos signos de otra vida
las bestias que esconde la conciencia en su profundidad
las preguntas sin descanso
gritos negros en la oscuridad
y la agonía bajo los parpados de la banalidad
IX.
No obstante
1.
Además, todo viaje es espacial
José Luis Borges
Donde vivo cambia sin cesar la forma de las nubes, siendo animales y sirenas, las puestas del sol siempre son diferentes, del mar nunca se repite la ola, y me despierto cada día con otro canto de pájaro.
No tengo que seguir leyes ni órdenes, ni siquiera tengo necesidad de recordar.
Tomo el tiempo de explorar los espacios sin dimensión del amor y sin prisa disfrutarlos.
TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda
RENDIJAS
EN LA PARED
/ FENDAS NA PAREDE /
I.
Fragmentos
Fragmento 2
Sigo o trajeto das aves da noite, das estrelas em seu mar de agonia e, pela madrugada, o transcurso de foto de ódios e das confusões.
Fragmento 3
in memoriam Juan Gelman
Brilho da morte / matam até estes pássaros que vêm de longe / enquanto os bons têm piedade e memória ruim / ontem é hoje e noite de fúria / e pouco se vê de luz / mas tu sabes das chaves para abrir portas / teu velho céu arde na espessura / murmúrio profundo em sua garganta de soledade / dignidade da sombra teu adágio de rebeldia
Fragmento 5
Fecham as pálpebras sobre esta noite de paisagens sujas e neblina, de pássaros mudos, de árvores sem folhas, de olhos e braços derrotados e de sombra desgarrada que não falta de luz senão matéria ansiosa, imagem sem forma, pavor contagioso e inveja, agonia silenciosa, rosto de solidão, ferida que se desenha e seu reflexo na removida pelo vento
Que se acabem no fim as crenças nas boas intenções e orações contra o mal tempo, as noites de espanto, os esforços sem direção, o rumo sem ritmo, a dispersão dos dias, as andanças do perdido.
II.
Destruição do tempo
4.
a opacidade como cor do dia
a sombra da noite como sonho de vida
a mentira que extrai da língua
se desprenda dos lábios
plena de palavras
o tempo que se cobre de espinhos
tantos verdugos como vítimas
vivem depressa
cabeças absortas
vai indiferente para que a vida
seja um presente
III.
A lembrança
2.
os reflexos rompidos da memoria
como de lua no mar
ferem ao despertar
e suas sombras no levam a inventar
distantes caminhos de areia
errando na solidão
4.
o olhar interrogante
é o único e trágico desafio
ao olvido
mas os espelhos se perdem na distância
não podemos consultar mais
as imagens fieis da realidade
nem os reflexos que deixaram na escuridão
IV.
Sobre a morte
6.
não encontras o que buscas
não eleges o que levas
nem levas o que amas
VIII.
Metáforas
1.
No tremor dos ramos retorcidos
a fermentação das folhas na chuva
a podridão dos frutos
o canto dos insetos cheios de sua sombra
o pranto mudo dos répteis
no mar de beleza indiferente
ocultando no naufrágio seus segredos
no romper das ondas sobre a pele de areia
o horizonte de ventos
a solidão da lua
sua claridade cega
vejo
o homem saturado em sua loucura
em seu antro de soledade
o sal de suas feridas
sua humildade torturada
a corrupção de sua ira
os falsos signos de outra vida
as bestas que escondem a consciência em sua profundidade
as perguntas sem descanso
gritos negros na escuridão
e a agonia nas pálpebras da banalidade
IX.
Não obstante
1.
Además, todo viaje es espacial
José Luis Borges
Onde vivo muda sem cessar a forma das nuvens, sendo animais e sereias, o por do sol sempre diferente, do mar nunca a onda se repete, e desperto cada com outro canto de pássaro
Não tenho que seguir leis nem ordens, nem mesmo sinto necessidade de recordar.
Tomo o tempo para explorar os espaços sem dimensão do amor e
sem pressa desfrutá-los.
Página publicada em dezembro de 2017
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